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Um grupo de torcedoras do FC Persépolis na final da liga de campeões asiática em Teerã, em 10 de novembro de 2018.(AFP / ATTA KENARE) |
A incomum presença de torcedores em uma tribuna especialmente reservada para as mulheres no estádio Azadi ("Liberdade", em persa) não foi o suficiente para levar a equipe local - o FC Persépolis - à vitória. Depois de sua derrota por 2-0 no Japão, o time não passou do zero a zero em casa, o que deu o título ao Kashima Antlers.
"As mulheres ganharam a partida da Liberdade", dizia a manchete do jornal reformista "Etemad".
"Vitória das mulheres iranianas na final asiática", estima o também reformista "Sazandegi". De acordo com este jornal, a maioria das mulheres presente no estádio foi "selecionada minuciosamente" entre as famílias dos jogadores do FC Persépolis, ou entre jogadoras de futebol, ou de futebol de salão.
Desde a vitória da Revolução Islâmica em 1979, as mulheres não têm direito a ir aos estádios no Irã para ver os homens jogarem futebol. A medida é, com frequência, criticada no país.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, manifestou em diferentes ocasiões sua vontade de que as mulheres possam entrar nos estádios, mas o projeto enfrenta a oposição dos ultraconservadores.
Neste domingo, a Confederação Asiática de Futebol (AFC) agradeceu oficialmente às autoridades iranianas por terem permitido que as mulheres "fossem testemunha de um evento excepcional".